sexta-feira, 25 de maio de 2018

Nascimento de São Camilo


Camilo de Léllis nasceu em 25 de maio de 1550, no vilarejo de Bucchianico, região de Chieti, ao sul da Itália. Seu nascimento lembrou o de São João Batista, pois seus pais já tinham passado da idade de ter filhos. Sua mãe, Camila Compelli, com efeito, tinha quase sessenta anos. Seu pai, João de Lellis, era militar e passava pouco tempo em casa. O parto foi difícil, mas Camilo nasceu saudável e foi a grande alegria de seus pais. Neste dia nos alegramos com toda a Ordem dos Ministros dos Enfermos que celebra o nascimento para o mundo de seu Pai espiritual.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Hino a Sao Camilo de Lellis


Hino a São Camilo de Lellis

Interpretação: Pe. Fábio Pinto


Homem de mãos quentes, de força eminente, e grande coração.
Pensando sempre em sua mente os que não sentem o amor de Deus.
Amigo dos que estão sós, dos que não tem carinho e amor.
Servo dos que padecem, enfermos que sentem a cruz da dor.

Camilo, amigo irmão guia meus passos.
Camilo, amigo irmão, guia meus passos.
Como Deus te guiou. Como Deus te guiou.

Em teus irmãos, os pobres, tu viste as flores do jardim de Deus.
Não foste mais feliz em tua vida, que nos hospitais a vinha do Senhor.
Ó grande Camilo minh’alma, com força reclama, servir ao Senhor.
Quero com Cristo lançar-me mostrar ao meu povo um mundo melhor.

 


Maria Domingas Barbantini

Dia 22 de maio - Celebramos A Beata Maria Domingas Barbantini

Fundadora das Irmãs Ministras dos Enfermos de São Camilo.

Maria Domingas nasceu em Lucca, a 17 de fevereiro de 1789, segunda filha entre irmãos. Seu pai Pedro Brun, era de origem suíça, e sua mãe, Joana Granucci, era natural de Lucca.
     Na idade de seis anos, ela viveu uma experiência mística de singular importância: a visão do sangue de Jesus que jorra do cálice durante a Consagração. Este acontecimento se constituiu um sinal profético para a sua futura missão ao lado dos doentes e sofredores.
     Aos 12 anos, a morte do pai e de três irmãos menores deixou profundas marcas na adolescência de Maria Domingas. A partir de então, cresceu sob a orientação afetuosa e inteligente da mãe, que soube imprimir na filha as mais belas virtudes católicas, contribuiu de modo particular para formar nela um coração aberto e sensível aos infelizes, tornando-se um exemplo de resignação e santidade diante das adversidades com que se deparou durante a vida.
     Ao alcançar a juventude, destacou-se como uma mulher brilhante, generosa e cheia de zelo cristão. Foi nesta época que conheceu o jovem Salvador Barbantini, que a pediu em casamento após nutrirem grande amor um pelo outro.
     Casaram-se no dia 22 de abril de 1811 na Catedral de São Martino, de Lucca. No seu sexto mês de casamento, a morte súbita do seu esposo foi uma ocasião em que, golpeada, aceitou os desígnios da Providência Divina, exprimindo a sua dor a Jesus crucificado, sob a promessa de que intensificaria sua vida cristã e que não contrairia novo matrimônio: "Tu, serás único, meu Cristo Crucificado, serás o meu bem, doravante meu único e verdadeiro amor, a minha única delícia".
     Viúva e à espera de uma criança, Maria Domingas foi novamente atingida pela dor e pela angústia quando seu filhinho, Lourenço, morreu aos oito anos. Apesar disso, jamais se vislumbrou nela qualquer resquício de revolta. Pelo contrário: intensificou os propósitos firmados pela ocasião da morte do marido e entregou-se total e incondicionalmente ao serviço dos pobres, doentes e infelizes. A sua maternidade desenvolveu-se numa maternidade mais profunda, santa e universal.
     Os pobres enfermos abandonados de sua cidade tornam-se objeto de seu prometido amor. De noite e de dia, sob o sol escaldante ou na chuva, ela não consagrava somente sua ternura aos que sofriam, mas exprimia também diversas atitudes concretas de misericórdia, sempre absolutamente unida e guiada pela Santa Igreja de Cristo, que amava com uma afeição filial, servindo-a com ardor extremo.
     Dotada de qualidades específicas, participava em Lucca das atividades do Mosteiro de Santa Maria da Visitação, destinado à educação dos jovens. Era incumbida de organizar a catequese e sua dedicação permitiu que viesse a fundar um instituto para as crianças abandonadas. Por tamanha dedicação e destaque, foi-lhe confiada a responsabilidade de reforçar e também reformar diversas atividades apostólicas e educativas.
     O que efetivamente marcou sua vida foi a fundação do Instituto Religioso das Irmãs Ministras dos Enfermos. Tal projeto teve início no ano de 1829 quando, reunindo em torno de si algumas jovens donzelas pobres, em sua maioria de saúde frágil, realizou prodígios de caridade à cabeceira dos pobres moribundos e abandonados, vocação maternal que atraiu uma grande quantidade de outras jovens àquela obra de apostolado.
     A obra atravessou décadas com diversas moças aplicadas e dedicadas ao apostolado santo das regras escritas pela Fundadora. Finalmente, no dia 5 de agosto de 1841, o arcebispo da cidade de Lucca, D. Domenico Stefanelli, tendo testemunhado a caridade da Fundadora e de suas filhas, aprovou a Regra escrita por Maria Domingas e erigiu a comunidade em Instituto Religioso Diocesano.
     Mulher de fé, sempre empenhada no cumprimento e realização concreta da vontade de Deus, Maria Domingas impôs-se na História. Sempre ensinou às suas filhas espirituais a progredirem próximas dos sofredores, em especial dos enfermos, tratando da doença, valorizando o sofrimento, anunciando o rosto bondoso de Deus, no espírito do paternal e caridoso São Camilo de Lellis, que foi perfeito modelo de santidade e de serviço ao próximo, base da inspiração para a fundação desta congregação Camiliana, presente e atuante em diversas partes do mundo.
     Maria Domingas experimentou todos os estados de vida que uma mulher pode atravessar: esposa, mãe, viúva, fundadora e religiosa da sua congregação.
     A Beata entregou sua alma a Deus no dia 22 de maio de 1868. Por ter vivido de maneira heroica e tendo suas virtudes de fé, esperança e caridade reconhecidas pela Igreja, o Papa João Paulo II a beatificou no dia 17 de maio de 1995.



"Ó Bem-Aventurada Maria Domingas, que foste esposa, mãe, viúva e religiosa, nós recorremos a ti. Tu que és consoladora dos aflitos, mãe dos enfermos, roga pelos doentes e por todos os que sofrem. Tu que experimentaste alegrias, dores e perdas em teu próprio lar e, como Maria das Dores, te mantiveste firme, entendendo o amor nas entrelinhas da dor, roga por nossas famílias. Sê nossa mediadora junto à Santíssima Trindade, concedendo-nos a graça que necessitamos […] Ajuda-nos a acolher na fé o que não conseguimos compreender. Dá-nos cultivar o espírito de entrega e de confiança Naquele que tudo pode. Amém. Bem-Aventurada Maria Domingas, rogai por nós" 

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Novena na companhia do Mártires da Caridade (Camilianos) 2018


Oração inicial:

Ó Deus, nosso Pai, nós te louvamos pela paixão, pela morte e ressurreição de Teu Filho Jesus, o mártir por excelência, do qual vem nossa salvação. Tu quiseste compartilhar o martírio Dele com nossos irmãos que dedicaram a vida no altar da caridade. Por amor a Ti e por fidelidade à sua consagração, dedicaram a própria vida até o último sopro, servindo as vítimas da peste e os marginalizados, testemunhando assim que ninguém tem maior amor do que os que dão sua vida por seus amigos. Pai misericordioso, nós Te pedimos, pela intercessão de São Camilo e pelo exemplo desses homens de caridade, que se reforce em nós o desejo de servir sempre, com amor, Cristo, Teu Filho, nos nossos irmãos e irmãs doentes, desesperados e vítimas de desastres de qualquer natureza. Santa Maria, amada por todos e venerada como Nossa Senhora da Saúde, escuta a nossa prece e intercede por nós Junto a Teu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina nos séculos dos séculos. Amém.


Primeiro dia

Oração inicial

Irmão Annibale (Aníbal) MONTAGNOLI

A pedido do Papa Clemente VIII, em 2 de junho de 1595, fez parte do grupo de oito camilianos que participou de uma expedição militar contra os turcos, na Hungria (Esztergom), para socorrer os doentes e os feridos. No mesmo mês, o grupo partiu de Trento. Ali foi aconselhado pelo Pe. Camillo – que também queria partir – com precisas instruções e recomendações, inclusive por escrito. Todos cumpriram suas tarefas de modo louvável.
Ir. Annibale, esgotado pelo esforço prestado na assistência aos militares contaminados e feridos, principalmente durante a batalha de Esztergom, morreu, felizmente, sobre uma carroça, nos braços de um religioso agostiniano, nos arredores do Palácio Real da Hungria, às margens do Danúbio, em 4 de outubro de 1595.
Meditação
Eu vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso verdadeiro culto. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito. (Rm 12, 1-2).
Graças a Vós, ó Sumo Deus, porque nos fazeis reconhecer-Vos nestes Vossos Servos, que doaram sua vida para Vos servir entre os pobres, mesmo com risco de vida, apenas tendo como justificativa a santa caridade (Cardeal Ginnasi, 1630).

Pai Nosso – Ave Maria – Glória


Segundo dia

Oração inicial

Irmão Olimpio NOFRI

Em 1630, a peste negra assediava muitas cidades na Itália. O escritor italiano Manzoni nos fala dos horrores da peste em Milão, onde faleceu uma boa parte dos sessenta “Ministros dos Enfermos” que ali moravam.
Em Milão, morreram em tal circunstância, 17 dos Filhos de Camilo. Entre eles estava o caro Irmão Olimpio Nofri, tão querido pelo Fundador, que disse: “ótimo no servir os pobres”. O heroico Irmão, após ter oferecido suas forças na assistência às vítimas da peste, percebendo que ele mesmo estava contaminado, não aceitou os cuidados dos coirmãos para que eles pudessem continuar a servir os outros, arrastou-se até o cemitério, fora de Porta Ludovica, tão logo recebeu os sacramentos e, moribundo, aguardou a morte.
Meditação
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morre, fica só. Mas, se morre, produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem não faz conta de sua vida neste mundo, há de guardá-la para a vida eterna. Se alguém quer me servir, siga-me, e onde eu estiver, estará também aquele que me serve. (Jo 12, 24-26)
Oração
Jesus, ajuda-nos a seguir-Te não só com nobres pensamentos, mas a percorrer Tua vida com o coração e com os passos concretos de nossa vida cotidiana. Jesus, faz-nos fortes e corajosos, vivendo como o grão de trigo. Faz com que caminhemos com humildade pelo caminho da cruz, sempre fiéis a ti. Livra-nos dos medos da ridicularização alheia e de doar nossa vida, assim como fizeste. Senhor, dá-nos a capacidade de discernir o bem do mal. Ajuda-nos a desmascarar as tentações que prometem felicidade, cujas consequências são apenas vazio e desilusão.
Pai Nosso – Ave Maria – Glória




Terceiro dia

Oração inicial

Padre Pietro (Pedro) PELLICCIONI

Nasceu em 1579 em uma família estruturada, foi acolhido pela Ordem e por Camilo em 25 de dezembro de 1595 e em 8 de janeiro de 1598 professou seus votos. Estudou no Colégio da Companhia de Jesus de Brera, em Milão. Depois da profissão, Camilo incentivou-o a aprofundar os estudos teológicos no Colégio Romano. Trazia notável bagagem cultural além de ser comunicativo e de ter habilidade para escrever. Era sociável, espontâneo, dinâmico, inclusive no ministério, muito apreciado pelo Fundador.
Após o VII Capítulo Geral, foi designado para trabalhar em Gênova, assistindo os soldados espanhóis no isolamento marítimo no largo de Savona. Faltava tudo aos soldados em quarentena devido à contaminação de tifo naval, doença contagiosa, nociva como a peste. Dedicou-se integralmente aos doentes, assim como outros camilianos, que ele animava exemplarmente com atitudes e palavras. Porém, em pouco tempo, foi contagiado e transferido para Gênova, vindo a falecer em 22 de agosto de 1625, aos 46 anos de idade.
Meditação
Somos o fermento de Cristo, crescido no sol de Deus
misturados na água da fonte, marcados pelo carisma divino.
Transforma-nos em pão, ó Pai, pelo sacramento da paz:
um só Pão, um só Espírito, um só Corpo, a Igreja una, santa, ó Senhor.
Chama-nos para aliviar a dor na escola do pai Camilo
unamos as mãos ao coração ministros do Filho que sofre.
Ó Cristo, nosso  pastor, para Ti a potência e a honra com o Pai e o Espírito Santo nos séculos dos séculos. Amém.
Pai Nosso – Ave Maria – Glória



Quarto dia

Oração inicial 

Padre Francesco (Francisco) AMADIO

Nasceu em uma família estruturada, entrou para a Ordem em 22 de abril de 1590, professou em 5 de março de 1592 e foi ordenado sacerdote em 1594. Dirigiu várias casas, além de ter sido fundador e superior da casa de Mântua, no norte da Itália. Sempre se portou com modéstia, iniciativa, prudência e caridade. Participou ativamente da vida da Ordem e foi indicado por Camilo entre três nomes que poderiam suceder Pe. Oppertis como Geral.
Morreu em Mântua, em fama de santidade, no dia 26 de julho de 1629, quando ainda era superior e provincial de Bolonha.
Meditação
Nos momentos de tristeza, no sofrimento da doença, na angústia da perseguição e na dor do luto, cada um procura uma palavra de consolo. Sentimos intensamente a necessidade de alguém que se aproxime de nós e sinta compaixão por nós. Experimentamos o que significa estar desorientados, confusos, feridos profundamente, como jamais poderíamos imaginar. Olhamos a nosso redor, incertos, para ver se encontramos alguém que possa realmente entender a nossa dor. A mente se preenche de perguntas, mas as respostas não chegam. Apenas a razão não é capaz de iluminar o íntimo, de colher a dor que sentimos e dar a resposta que esperamos. Nesses momentos, necessitamos muito mais das razões do coração, as únicas capazes de nos fazerem compreender o mistério que envolve nossa solidão (Papa Francisco, 5 de maio de 2016).

Pai Nosso – Ave Maria – Glória

Quinto dia

Oração inicial

Padre Giovanni (João) COQUEREL

Natural de Artois, na França, entrou para a Ordem aos 26 anos e já tinha trabalhado em hospital. Professou em Florença em 16 de outubro de 1602. Foi superior de várias comunidades e da comunidade de Mântua, com aproximadamente vinte religiosos. Foi provincial de Bolonha, em 1629, depois da morte de Pe. Amadio.
Empenhou-se pessoalmente na assistência aos doentes, suprindo as mais diversas necessidades. Afinal, “médicos e barbeiros estavam quase todos mortos, e os poucos que restavam não queriam atender os doentes; o pior era que os raros padres presentes fugiam dos pobres moribundos, sem dar-lhes os sacramentos. Muitos doentes morriam sem confissão e comunhão” (Capilupi, 541). Imerso na incessante dedicação, contagiou-se e faleceu “de peste negra”, em 6 de abril de 1630.
Meditação
Através do ministério da misericórdia para com os enfermos, professado com voto, contribuímos para o bem e a promoção de toda a família humana - cujas alegrias, esperanças, lutas e angústias encontram eco em nosso coração - e cooperamos na edificação e o crescimento de todo o Corpo de Cristo. Por isso, seguindo o exemplo do Santo Padre Camilo, nos esforçamos em estimar sempre mais, amar de todo coração e praticar com todas as forças o serviço aos enfermos, também com risco de nossa vida (Constituição, 12).

Pai Nosso – Ave Maria – Glória
Sexto dia

Oração inicial

Padre Giovanni Battista (João Batista) MARAPODIO

Em 1606, por volta dos dezesseis anos, entrou para a Ordem, sendo acolhido por Camilo em Messina, na Sicília. Professou em 1608, no dia de Natal. Destacou-se pelo exercício de nosso ministério, que cumpriu “com amor visceral” (Regi) [i] a exemplo do Fundador, que sempre se esforçava em seguir.
Suas grandes virtudes: prudência, caridade e obediência às Regras foram apreciadas pelos superiores e pelo povo em Borgonovo Valtidone (Piacenza), onde foi superior da casa de cinco religiosos, quando a peste surgiu em 1630, muito provavelmente trazida pelos mercadores de Gênova e Milão, regiões que forneciam e distribuíam alimentos.
Pe. Marapodio, desde o início da epidemia, após uma fervorosa exortação aos coirmãos, dedicou-se integralmente ao ministério, servindo de exemplo para todos, ansioso por atender cada enfermo e por administrar os sacramentos a tempo. Chegava até os campos e vilarejos mais longínquos, lá onde não havia quem levasse socorro. Assim foi juntamente aos coirmãos, com os quais dividia o trabalho. Todas as noites organizava o trabalho do dia seguinte. Durante o período de maior contaminação, devido ao fato de os membros do Clero diocesano terem morrido ou estarem doentes ou terem fugido, Pe. Marapodio percorria toda a região de sobrepeliz e estola, munido de óleo para unção e da Eucaristia; de casa em casa, estabelecia regras, como, por exemplo, enterrar os mortos e desinfetar casas e construções, providenciando as necessidades básicas mais urgentes.
Após sua doença, continuou sua missão com extremo sacrifício, visitando as pessoas na cidade. Um dia ao regressar a casa, comungou, talvez acreditando que os outros dois coirmãos tivessem morrido, ajoelhou-se, aos pés do altar para rezar. Quando o Pe. Pinola entrou na casa com um coirmão, encontrou-o morto, curvado sobre si mesmo, no dia 10 de setembro de 1630, com apenas quarenta anos. Foi enterrado na igreja da Imaculada Conceição.
Logo que a notícia de sua morte se espalhou, houve grande comoção entre a população pela perda de um homem tão amoroso e zeloso. Os habitantes não esqueceram sua dedicação, e, assim que a epidemia foi controlada, os raros sobreviventes quiseram imortalizar sua memória com uma pintura.
Meditação
O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá (Madre Teresa).
 Pai Nosso – Ave Maria – Glória


Sétimo dia

Oração inicial

Irmão Giacomo (Jaques) GIACOPETTI

Nasceu em Macerata, município italiano da região de Marche, em 25 de novembro de 1591, vindo para Roma por motivo de estudo, por volta de 1608. Frequentou por alguns anos o hospital Santo Spirito para aperfeiçoar-se em medicina e cirurgia. Ali conheceu Camilo, sua obra e outros religiosos, pelos quais se sentiu atraído. Pediu então para entrar na Ordem e obteve permissão em 1612. Foi enviado a Nápoles para o noviciado e, após a profissão, foi convocado novamente em Roma, no dia 30 de março de 1614. Tinha pelo Fundador grande veneração e via nele um modelo, por isso, o acompanhou durante os últimos meses de vida e na agonia. Seu lugar predileto para trabalhar era o hospital de Pammatone, em Gênova. Foi escolhido chefe dos enfermeiros e diretor geral, com a colaboração de outros coirmãos, “dirigia tudo, cuidava de tudo, providenciava tudo; ora aqui ora ali era visto sempre ocupado, a consolar os aflitos com doces palavras, a encorajar os temerosos com bem-aventuradas esperanças de fé, incentivando todos a ter paciência.
Para todos era como uma doce mãe próxima a seu filho moribundo, a qual doa todos os afetos de seu coração, as forças da alma para sempre encontrar alguma forma de amenizar as dores. E fazia tudo isso com generosidade, prontidão, espontaneidade, bom humor e com um bom coração. Por isso, todos retribuíam o amor e aceitavam com prazer os conselhos, os avisos, as advertências pelo bem das almas dos fiéis. O número de conversões obtidas foi grande com suas animadas exortações... e quase sempre obtinha êxito com tais propostas”.
Dispensou largamente suas energias às vítimas da peste, entre 1656 e meados de 1657, até que, em 10 de julho daquele ano, também ele foi vítima da peste. Em 14 de julho, dia do aniversário da morte do Fundador, foi transferido de seu quarto para a enfermaria, vindo a falecer aos 65 anos, como ele mesmo havia previsto.
Meditação
Suplicamos, Deus Pai, fonte de toda caridade, por intercessão de nosso santo Padre Camilo e, com o exemplo de nossos gloriosos mártires da caridade, saibamos viver em conformidade com nosso carisma:
Deus Todo Poderoso e Eterno, Pai dos pobres, Consolo dos doentes e Esperança dos moribundos, nós Te glorificamos pelo dom da vida humana e pela promessa da vida eterna. Sabemos que Tu estás sempre perto dos aflitos, dos pobres, de todos os fracos e daqueles que sofrem. Ó Deus de ternura e compaixão, aceita as orações que te oferecemos por nossos irmãos e irmãs doentes. Aumente neles a fé e a confiança em Ti. Conforta-os com Tua presença amorosa e, se esta for Tua vontade, devolve-lhes a saúde, dá-lhes força renovada no corpo e na alma. Ó Deus, fonte de todas as forças, cuida e protege todos os que cuidam dos doentes e assiste aqueles que estão morrendo. Dá-lhes um espírito corajoso e bondoso para proporcionar conforto e alívio. Faz deles um sinal ainda mais radiante de teu amor transfigurador. (São João Paulo II).

Pai Nosso – Ave Maria – Glória



Oitavo dia

Oração inicial 

Padre Sebastiano (Sebastião) BIANCHI

Nascido em uma família nobre, por volta de 1631-1632 estudou na universidade de Bolonha. Em 28 de junho de 1632, entrou para a Ordem, em Roma. Iniciou o noviciado em 1º de julho de 1632 e professou em 2 de julho de 1634.
Pertenceu a várias comunidades, de Monreale a Gênova, de onde foi transferido para Madri, no final de 1644 permanecendo ali até a morte. Foi várias vezes superior e, finalmente, provincial da Espanha até 1672, ano de seu falecimento. Enfrentou um período difícil para a Província devido ao atrito entre italianos e espanhóis.
Em 13 de setembro de 1672 (o Regi refere dia 15), foi vítima de uma febre maligna adquirida enquanto trabalhava em um asilo de Madri. Segundo relatos do coirmão P. Boselli, seu companheiro no ministério, houve grande participação popular e manifestações de veneração, durante o solene funeral. O conde de Medellin chegou a “arrancar o dedo mindinho da mão direita”, outro queria seu chapéu e um terceiro seu rosário.

Meditação
Este é meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu Senhor; mas vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes; fui eu que vos escolhi e vos designei, para dardes fruto e para que vosso fruto permaneça. Assim, tudo que pedirdes ao Pai, em meu nome, ele vos dará. O que eu vos mando é que vos ameis uns aos outros (Jo 15, 12-17).
Pai nosso - Ave Maria - Glória


Nono dia

Oração inicial 

Pe. Giovanni Battista (João Batista) PASQUALI

Entrou na Ordem em 1588 e, em 3 de maio de 1592, estava entre os primeiros professos de Nápoles. Frequentou a escola do Fundador por muitos anos e foi por várias vezes seu companheiro de viagem. Pe. De Martino a seu respeito testemunhou: “religioso de muita virtude e caridade, entrou (para o serviço das vítimas da peste) com tanto fervor e espírito (apesar dos seus 60 anos), que estarrecia quem o observasse, mostrando-se incansável para a saúde das almas. Muitas vezes, no auge do verão, aparecia negro como suas roupas devido ao cansaço, porém tão alegre e brincalhão, que parecia sair de seu próprio corpo. Percorria as casas para ministrar os Sacramentos e, encontrando todos doentes, depois de cuidar da alma, cuidava do corpo: refazia as camas, aquecia a casa, cozinhava, alimentava os enfermos, lavava os pratos, varria a casa, alimentava as crianças e fazia tudo que os pobres necessitavam, de maneira que todos o chamavam de o caridoso. Iniciou seu trabalho em 26 de junho e, em 24 de julho, adoeceu com a peste”.
Durante três dias, foi medicado em São Paolino (Palermo), em seguida pediu para ser internado no  lazareto comum, onde morreu em 31 de julho de 1624.

Meditação
Nunca nos acostumamos à comoção de Jesus quando fala do adeus; encontramos no evangelho de João: “ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida por seus amigos”. (Jo 15,13). Esse amor, suave e forte, é fonte de contínua surpresa, pois excede toda medida e todo cálculo. O amor aqui encontra a manifestação de sua concretude: dar a vida. Não é alguma coisa, um pouco de tempo. A medida do amor é não ter medida. O amor “tudo suporta”, dito no hino da caridade (1Cor 13); a única coisa que a caridade não suporta é que lhe sejam colocados freios e limites. O amor tem em si mesmo o ritmo do crescimento. O amor não é um vago sentimento, mas um fato perturbador, indomável diante de cada lógica.
Pai nosso - Ave Maria - Glória